Mine (Capítulo Único)

MINE

“ E são desses poucos momentos, que de ti lembrarei, amor. Foram poucos, mas intensos... Tiveram marcas inigualáveis na minha vida. Tiveram tamanho efeito, que hoje, estou aqui, sofrendo da velha nostalgia que me domina, e creio que disso, você não tenha noção.” – DanyF.

15, Julho. 02h30min

 — Arthur? — A voz da garota saiu trêmula.

— Sim, Lua? — Respondeu Arthur, indiferente.

— Eu fiz alguma coisa? — Perguntou ela, confusa.

— Não, por quê? — Arthur falou.

— Então, porque está diferente comigo? — falou Lua. — Se eu não fiz nada, qual o motivo de estar tão frio? — Fungou a garota.

— Nenhum, Lua. Eu já falei. Eu não estou estranho com você. — O garoto se exaltou.

— Para de gritar comigo. — Nesse momento Lua já Chorava. Arthur estava se saindo um perfeito idiota.

— Você também não facilita. — Ele respondeu com raiva. — Você só faz reclamar. Se reclama tanto do jeito que estou falando contigo, então, pararei de responder.

— Desculpa, ok?! Me desculpa... — Lua falava ao namorado. — Não para de responder... — Lua suplicava.

— Para de se desculpar também. Mas que droga, Lua. — Arthur gritou.

— Se eu estou errada, vou me desculpar. — Defendeu-se a loira.

— Não, você não está errada. Eu estou confuso e estou descontando em todo mundo.

— Sério? Nem percebi isso. — Lua falou irônica.

— Olha, Lua. Preciso falar com você. Acho que me precipitei em relação a nós dois. Sei que prometi que não iria machucar você, mas acho que cedo ou tarde eu faria isso...  Não sei mais o que sinto em relação a você. Estou confuso. — Arthur falou, em um tom baixo.

— Ok. — A loira respondeu, ainda em choque.

— Por favor, Lua. Não faz com que eu me sinta pior do que já estou. — Suplicava o moreno.

— Não se preocupe com isso. Só me fodo mesmo. — Lua falou, ainda não acreditando no que leu.

— Você queria que eu continuasse frio com você? Gostaria que eu mentisse? — Indagou o garoto.

— Não... Sempre é bom falar a verdade.

— E nossa amizade?

— Vai continuar, ué. Antes de tudo, sou tua amiga. — Respondeu isso e uma lágrima solitária caiu sobre sua face.

— Ok. Vou desligar. Beijo e se cuida. — Arthur falou. Lua desligou a ligação, pôs o celular de lado, e deslizou pela parede de seu quarto. Não conseguindo mais conter as lágrimas, desabou.

— Era pra você está cuidando de mim. — Ela sussurrou, e voltou a chorar.

16, Julho. 15h45min.

— Lua. Lua abre a porta. — Sophia chamava pela amiga a 5 minutos.

— Me deixa sozinha, Soph. — Respondeu uma Lua chorosa.

— Não, não deixo. — Sophia esmurrou a porta mais uma vez. — Abre a porra dessa porta, Lua Maria. Agora. — Sophia gritou. Lua abriu a porta.

— Oi. — Lua disse, e uma lágrima rolou por sua face.

— Amiga, não fica assim. — Sophia deu um abraço forte na amiga. — Ele que saiu perdendo nesse tudo, não você.

— Será mesmo?! — Perguntou. — Soph, eu gosto dele. Gosto DE VERDADE  dele. Mas que porra, eu não sou assim. Eu não sofro por ninguém. Como eu permiti que ele fizesse isso comigo? — Lua voltou a chorar.

— Por que você é humana, Lua. Você tem sentimentos. — Sophia deitou a amiga em seu colo, e ficou fazendo cafuné.

—  Ele atravessou minha muralha. Eu seleciono as pessoas que irão atravessar minha muralha. EU o deixei entrar. Mas ele foi embora, e destruiu tudo aqui dentro. — Ela pôs a mão no peito.

— Lu, não fica assim, por favor... — Sophia implorava.

— Mas dói, Soph. Dói muito. — Sua voz saiu rouca, por causa do choro.

— Lu, olha pra mim. — Sophia sentou-a sua frente. Lua estava com a face vermelha e com dificuldade para respirar. — Lua, você ‘tá bem? — Olhou preocupada para a amiga.

— Eu... n-não ‘to conseguindo respirar... Ta doendo. — Lua tentava puxar o ar, mas não conseguia. —  to passando mal... Socorro Sophia, me ajuda. — lágrimas lavaram o rosto da garota.

— OMG, a asma emocional — Sophia se desesperou e pegou o remédio, entregando a amiga. — Toma, Lua. Respira fundo, respira fundo. — ajudou a garota. Lua já estava voltando a seu estado normal.

— Brigada. — Lua deu um sorriso de lado.

— Não se preocupe com isso, Lu. Amigos são para isso. — Lua levantou e foi ao banheiro. Quando voltou, Sophia continuou a falar.

—Isso, foi só o começo de vocês. Cara, ele gosta de você. Vocês ainda vão ficar juntos novamente... Ele está confuso. Ajude-o. Você antes de tudo é amiga dele.

— Eu sei. Eu sei. Eu só quero a felicidade dele, Soph. Só quero isso.

— Odeio te ver assim.  — Sophia olhou triste para a loira a sua frente.

— Eu odeio ficar assim... Soph, eu me sentia segura com ele, e foi ele quem me machucou. Ele fez eu me apegar, e me deixou. Porra, não era pra ser assim. — Lua deitou-se e recomeçou a chorar. Logo adormeceu.

23, Julho. 00h30min.

Sabe, em que momento eu pisquei? Poxa, estava tão perfeito. Acho que foi exatamente isso. Estava perfeito demais. Isso não era um conto de fadas ou uma história que costumam contar para crianças dormirem, e acho que isso aconteceu exatamente por  essa razão. Eu não estava lidando com contos de fadas ou com histórias que possuem finais felizes. Estava lidando com a vida real. Com a realidade.

            Mas sabe que dia é hoje? Não, não quero saber de semana ou de número, estou falando de comemoração. Hoje, ele faz aniversário. Estou no meu precioso diário, diário esse, que qualquer um pode ler. Meu tumblr. Se já estou aqui, e vendo o dia de hoje, por que não desejar-lhe feliz aniversário?! Cara, sempre falávamos que eu seria a primeira a lhe desejar parabéns. Exatamente isso que fiz. Abri uma página de “cartinha” e mandei.

“E cá estou eu, sentada no piso frio do meu quarto. Quebrando a cabeça, a fim de escrever algo significativo, tão significativo quanto você na minha vida. Sabe, costumo dizer que sou boa com as palavras, mas quando se trata de você, perco-as, não sei nem o que falar.

Desde o início, tornou-se meu  porto seguro, mas hoje, és meu ponto fraco. Quando tocam teu nome, uma nostalgia me invade. Fazendo com que, mais uma vez torna-se alvo de meus pensamentos...

Você, foi a única pessoa capaz de derreter meu coração... E nenhum outro, foi capaz de me fazer sentir, o que sinto quando estou contigo.

Você me fazia um bem extraordinário. Eu me sentia segura junto a ti, e foi exatamente você, quem me fez sofrer... Era quase um sonho, um conto de fadas, uma história com um final feliz... Mas, o sonho desmoronou. E o nosso conto de fadas, tornou-se apenas mais uma história, em meio a tantas...

Não pense errado a meu respeito. Não estou te escrevendo, esperando que voltes atrás, muito menos algo em forma de agradecimento. Estou escrevendo isso, apenas para mostrar, que existe alguém nesse mundo que precisa de você. Que precisa te ver bem, pra poder ficar bem.

E que, apesar de não estarmos mais juntos, guardo comigo, cada momento. E que apesar de tudo, quero  te ver feliz, Independente de com quem estejas...

Eu te amo. Parabéns pelo seu dia, amor.”

Não esperei por resposta, e fui dormir. Sabia que ele não se daria ao trabalho de me responder.  Mas, me enganei mais uma vez. No outro dia, quando entrei novamente em minha rede social, percebi que ele havia deixado uma resposta.

“Luinha, você não tem noção do quão mal eu fiquei. Desculpe-me por tudo. Eu só estava um pouco confuso. O que eu  falei em todas as nossas conversas e todas as minhas declarações foram verdadeiras, em nenhum momento falei tudo para te iludir... Te amei e te amo. Desculpa te fazer passar por tudo. Sei que posso contar contigo independente da situação. E não tem essa de ser feliz com outra pessoa. Só consigo ser feliz com você.  Volta pra mim?!

Obrigado por ter lembrado de mim. Eu te amo”

Li, e reli milhares de vezes. Ele me ama. Ele quer voltar comigo. Porra, ele me ama. Tem noção do que é isso? Eu gosto dele. Ele gosta de mim. Nada mais pode nos atrapalhar. Eu acho.

Respondi sua mensagem.

 “Voltar pra você? Como algo pode voltar se ele nunca se foi?”

 

Mandei a mensagem e sorri. Caralho, ia realmente dar certo dessa vez.

29, Julho. 6h15min.

Estava esperando o ônibus, volta às aulas dá nisso. É, eu sei que pobre sofre, não precisa passar na cara. Porra, ele estava atrasado. Ah, falando no infeliz, ele chega.

Ao entrar, a primeira pessoa que vejo é ele, Arthur. Ele estava olhando pra mim, então dei um sorrisinho de lado, abaixei a cabeça, e sentei no primeiro lugar vago que vi. Ao seu lado.

 Coloquei os fones de ouvido, e escutei a ultima música tocada. Mine. Cantarolei baixinho minha parte preferida. “You are the best thing that’s ever been mine.” Foi quase um sussurro, mas acho que ele chegou a ouvir, pois, virou-me para ele e sussurrou ao meu ouviu. “Você é a melhor coisa que já foi minha.”

Olhei pra ele, e ele, por sua vez, encarava minha boca. Sorri com aquilo. Ele percebeu, e me deu um selinho. Admito, queria provocar, então, puxei seu lábio inferior, o que fez com que ele me beijasse com fervor. Quando nos separamos, ele abraçou-me.

Ah, aquele abraço. Eu me sentia protegida ali. E aquele cheiro? Aquele cheiro era inebriante. Ah, e esse garoto? Aposto, que é o que dezenas de meninas querem, mas, apenas eu tenho. Ele é meu. He’s mine, baby.

Gente, minha primeira fic, EU realmente escrevendo... Sério, quero críticas, sugestões... Espero que gostem... bjbj caramelado.