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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Mini Web - "Perfeita Para Mim"


Perfeita para mim
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Ela abriu seus olhos devagar, sua visão estava um pouco embaçada. Piscou algumas vezes e foi melhorando. Em sua volta, seus pais e seus irmãos mais velhos.


-_ Está melhor querida? - perguntou
-_ Sim mamãe! - Viu que todos a olhavam com dó. - O que foi? - Olhou todos. - Me falem! - Se levantou e andou apoiando nas coisas indo até o espelho, quando se olhou sentiu seus olhos molharem, não existia mais cabelo, uma cicatriz ao lado do olho, seus braços com as marcas de queimadura, e arranhões por todo o corpo. Se lembrou de tudo.

///


Havia acabado de sair de sua festa de anos, seu pai dirigia e sua mãe tagarelava, apenas gargalhava, escutavam música alto e cantavam, nem perceberam o caminhão que vinha a frente. O impacto foi forte fazendo o carro ultrapassar a barreira e cair no barranco. As travas de seguranças e Airbags não funcionaram fazendo todos serem arremessados para fora do carro, porém ficou presa do lado do carro por um cinto, quando viu o carro começar a pegar fogo começou a se afastar desesperada, mas não conseguiu ficar longe o suficiente e na explosão acabou se ferindo gravemente.

///


-_ O médico disse que demora 6 meses pra crescer. - Mãe de ajudava-a a se limpar.
-_ E as cicatrizes?
-_ Filha, isso é a parte menos importante, o importante é estar viva.
-_ Mas mãe eu só tenho anos.
-_ Você se acostuma. Jaja vamos estar em casa e tudo volta ao normal.


Talvez nem tudo, só queria sua vida de volta, como apareceria no colégio com essa aparência?


(1 mês depois)


-_ Animada? - sua irmã mais velha perguntou.
-_ Não quero ir. - resmungou.
-_ ...
-_ Eu estou ridícula. - Choramingou.
-_ Pare com isso!


Foram pro colégio, quando entrou viu os olhares sobre ela uns risos e uns cochichos, viu seu grupo de amigas e foi até elas.


-_ Meninas! - Se viraram e a olharam dos pés a cabeça.
-_ Oi. ?
-_ Sim?
-_ Desculpa, mas não fale mais com nós, está nos envergonhando. - Uma falou e saíram dali rindo. Notou que todos estavam observando a cena risonhos. Só de pensar que ela era das populares, e agora alvo de zoação.


Foram os piores dias na escola. Finalmente era Sábado, se arrumava pra ir na fisioterapia. Quando terminou colocou sua touca e foi a clínica.


-_ Quero falar com o doutor Yago.
-_ Só um instante. - A recepcionista falou e pegou o telefone, após trocar umas palavras liberou a entrada de .
-_ Obrigado!


Saiu dali e seguiu pra sala, abriu a porta e viu o doutor com um menino ao lado


-_ Desculpe eu não...
-_ Senhorita , fique. - Yago disse e entrou fechando a porta - Podemos começar daqui 10 minutos na esteira, tudo bem?
-_ Sim.
-_ , este é meu filho . - Yago o apresentou.
-_ Oi! - Ela sorriu.
-_ Olá!


Fez sua fisioterapia e saiu, esbarrando no corredor com o filho de yago.


-_ Me desculpa, sou desastrada.
-_ Não foi nada. - Ele disse sorrindo.
-_ Não era minha intenção.
-_ né?
-_ Sim.
-_ Hum… que tal tomarmos um café?
-_ É...Tudo bem.


(Foram pra uma cafetaria do lado da clínica)


-_ O que aconteceu? - Ele perguntou quando sentaram na mesa com os cafés.
-_ Acidente de carro.
-_ Mas vejo que tem algo que te incomoda.
-_ Eu sinceramente preferia ter morrido.
-_ Por que acha isso?
-_ Me desculpe mas nem nos conhecemos.
-_ Ah! - Ele revirou os olhos - Sou , tenho anos, estou começando faculdade de psicologia, ainda moro com os meus pais, tenho medo de trovões, e não gosto do bob esponja.
-_ O que? - a olhou confuso. - Como assim não gosta de Bob esponja?
-_ Ah. - Riu. - Não sei.
-_ Eu acho que não era para estar aqui agora. - Soltou suspirando.
-_ Pode ter certeza, que se você está, é porque é para estar.
-_ Fez muito sentido. - Disse confusa fazendo-o rir.
-_ Você mesmo está aí se julgando.
-_ Se não sou sincera comigo mesmo quem vai ser?
-_ Mas cada um tem um jeito de te olhar.
-_ A maioria veem o que eu vejo, pode acreditar.


Terminaram de tomar café e saíram


-_ Eu tenho que ir. - disse.
-_ Deixa que eu te levo. Por favor.
-_ Ok! Se eu falar não, não vai adiantar mesmo.


Foram pro carro e ela foi falando o caminho. Quando ele estacionou na frente de sua casa ela virou para ele.


-_ Foi bom falar com você . - o olhou. - Obrigada.
-_ Também foi bom te conhecer, .
-_ Então...
-_ Então... - Riu - Até mais!
-_ Até mais menino estranho que não gosta do Bob Esponja. - Ele riu e ela saiu do carro.


(1 semana depois)


-_ Come ! - falou vendo a filha cavocar o prato.
-_ Estou sem fome.
-_ Nada disso, tem que comer. - Seu pai falou.
-_ Eu tento, mais não da.
-_ São os Remédios mãe. - disse - Deixa ela.
-_ Cadê o irmão de vocês em?
-_ Ta na casa da Milena. - respondeu.
-_ Não desgruda desde que começaram a namorar.
-_ Deixa o pai. - Reclamou. - Pelo menos ele tem uma.
-_ Você nem pense nisso mocinha. - falou. - é muito nova. - Riram dele.
-_ Papai, quem vai querer uma ridícula como eu? - perguntou séria. - Relaxa.
-_ Para menina! - a beliscou.

(...)


-_ Eu estou bem, nã... - foi interrompida por .
-_ Você precisa de alguma coisa… hum... - Ela parou de andar o olhando - Pode parar de reclamar. Vem!


A puxou, andavam pela cidade, ele entrou em uma loja de perucas.


-_ Não. - falou recuando.
-_ Vem aqui agora .
-_ Aff! Chato.
-_ Que cor?
-_ Meu cabelo é .
-_ Hum...
-_ Boboca! - Fez bico.


Pegaram umas perucas e ela experimentou, logo começaram a pegar verdes, azuis, e começaram a brincar, acabou levando duas. Saíram de lá com as sacolas e ele a olhou.


-_ Hum...Vamos pro shopping. - Disse
-_ Agora gostei. - Ela disse sorrindo.


Gargalharam e foram pro shopping, ele a levou pro salão e praticamente a obrigou a fazer as unhas e maquiagem. Ela fez tudo com um bico na boca o que o fazia rir. Foram em umas lojas e compraram algumas roupas. Ele ficou esperando na porta do banheiro feminino e quando saiu vestida com a peruca ele arregalou os olhos.


-_ Ual! - Ela riu.
-_ Nem devo ter ficado tudo isso. - Ele a puxou pro vidro da loja a fazendo ver seu reflexo. - Uol!
-_ Viu.
-_ Parece meu cabelo. - Sorriu passando a mão nos fios.
-_ Você está linda. Mas prefiro sua careca. - Ela gargalhou e eles foram comer um lanche.

(...)


-_ Só você pra pedir um mc lanche feliz! - riu de .
-_ Ué, peguei um ursinho de pelúcia pra você olha só. - Riu mostrando o ursinho a ela.
-_ Ah, ele é fofinho. - Pegou o ursinho o abraçando.
-_ Fofinho sou eu.
-_ Mentira, até meu dog é mais fofo que você.
-_ Magoou! - Riram.

(...)


-_ Uol! Irmã. - arregalou os olhos.
-_ Ai caprichou. - riu.
-_ Parem. - reclamou.
-_ Portanto que não fiquem te olhando. - disse.
-_ O ruim de ser caçula é isso. - bufou e todos riram.
-_ Com quem estava irmãzinha? - perguntou.
-_ Com o *Néda.
-_ *Néda?
-_ *Néda sua conta. - Gargalharam.
-_ Valeu.
-_ Eu estava com o .
-_ Quem é o menino? - O pai perguntou ciumento.
-_ Filho do Doutor Yago. Ele faz psicologia, e esta me ajudando.
-_ Hum.

(...)


O colégio não era um dos melhores lugar, era motivo de piadinhas de mau gosto o que não ajudava nada. Esse dia passaram do limite, estavam no teatro e ela estava sentada no palco quando jogaram tinta azul em sua cabeça, a mesma saiu correndo e se trancou no banheiro.


-_ A menina passa péssimos momentos e ainda fazem isso com ela. - berrava na diretoria.
-_ Diretor, minha filha está tendo que fazer tratamento para se controlar, e se o colégio continuar assim vou ser obrigado a abrir um boletim. - falou calmo.
-_ Mamãe, Papai! - entrou - Nós não conseguimos tirar de lá.

(...)


-_ maninha, sai daí! - a chamava.
-_ Me deixe!
-_ Olha lá, vou ligar pro médico em. - falou e nada.
-_ Me deixem, eu quero morrer. - Chorava - Eu sou ridicula, ninguem gosta de mim, sou um monstro.
-_ Filha claro que não, você é linda! - falou.
-_ Não, parem de mentir só pra me fazer bem. Por favor! - Chorava.


Silêncio, é isso que acontecia naquele banheiro, as pessoas curiosas lá fora esperavam. O diretor, os pais e os irmãos de apenas se olhavam esperando. A mesma pensou que estava sozinha, mas uma voz a despertou.


-_ ! - Era ele.
-_ Me deixa !
-_ Abre pra mim, por favor, só pra mim. - Ela abriu, todos suspiraram aliviados.
-_ Só você. - Ele entrou e fechou a porta da cabine do banheiro.
-_ Você precisa sair daqui.
-_ Não! Olha só como estou.
-_ Você não pode deixar isso te abalar.
-_ Eu sou um monstro.
-_ Não diga isto você… - Ela o interrompeu.
-_ Não fale que sou linda...
-_ Não, você tem razão, você não é Linda. - Ela o olhou. - É apenas perfeita, não deixe que te humilhem por ser diferente deles. Não importa , nos olhos de quem te conhece você sempre será perfeita.
-_ Eu não gosto do colégio. - Ele secou as lágrimas que escorriam pela bochecha dela.
-_ Deixe que falem.
-_ O menino que eu gostava m-me xingou, ele riu de mim.
-_ Ele é um idiota, sem mais... - voltou a chorar. - Ei! - Segurou seu rosto, ela o olhou assustada, ele passou o polegar limpando a lagrima que escorria e olhou uma que percorria os lábios dela, engoliu o seco tentando se segurar.
-_ ... - Ele olhou em seus olhos. - E-eu... - Gaguejou o fazendo sorrir. Aproximou mais seus rostos e ela fechou os olhos, a olhou antes de selar suas bocas e sorriu, logo após a beijou.


Do lado de fora ouviram o silêncio seguido por um pequeno estalo de beijo e o barulho das bocas se movimentando, riu, mordeu a língua segurando o riso, estava assustada olhando que levantou. Uns segundos e...


-_ Ei, ei! Filhinha já pode sair daí. - batia na porta e todos riram, lá dentro os dois se separaram segurando o riso e passou a mão no rosto tirando o resto das lágrimas, a abraçou e beijou sua testa. - Filha!
-_ Está bem Papai. - Se levantou com , ele abriu a porta e saiu primeiro, logo depois .
-_ Até que enfim. - resmungou.
-_ Vamos pra casa. - falou. tirou a peruca e todos a olharam, colocou numa sacola a colocando dentro da bolsa.
-_ Pega, veste isso. - tirou a blusa de frio e deu pra ela que colocou e puxou a toca.


Saíram dali e todos olharam, apenas seguiu para a saída.


-_ Está melhor? - perguntou.
-_ Sim . - disse.
-_ Você nos deu um susto. - Disse .
-_ Mas agora já estamos indo pra casa. - falou.
-_ Er... - coçou a cabeça. - Na verdade eu queria levar em um lugar. - Todos pararam de andar.
-_ O que... - começou mas parou quando o beliscou.
-_ Tudo bem . - sorriu.
-_ Vamos? - Ele perguntou a .
-_ Uhum. Tchau mãe, pai, maninhos.


Ela foi com . Ficaram sem silêncio quase a viagem inteira. estava um pouco envergonhada, esse seria seu primeiro namorado, se é que ele seja seu namorado. Chegaram em um casarão antigo, estacionou o carro e desceu dando a volta e abrindo a porta pra . Entraram e foram na recepção.


-_ Olá ! - A mulher falou sorrindo.
-_ Viemos visitar. - Falou e a mulher deu dois crachás, ele colocou um em e o outro nele. Pegou em sua mão e a guiou entre os corredores. Quando ele abriu uma porta e entraram se assustou, ali havia várias crianças de 10 anos para baixo, todas com cicatrizes, umas até com queimaduras, pode ver umas com cegueira em um olho, e até umas sem mãos. Mas todas brincavam e pulavam pela sala, uns desenhavam outras com suas bonecas e carrinhos. - Olá! - falou e os pequenos o olhou.
-_ Tio ! - Uma menininha com marcas de queimadura no rosto correu até ele.
-_ Oi Belle. - A pegou no colo. Logo várias crianças o cercaram para um abraço coletivo. olhava tudo, cada detalhe. a olhou. - Trouxe visita. - Ele disse e todos olharam . - Essa é . - Falaram um Oi coletivo e ela sorriu.
-_ Oi!
-_ Crianças por que não voltam a brincar?Jaja eu vou com vocês. - Ele disse e todos voltaram a brincar. - Tudo bem?
-_ Eu só fiquei um pouco abalada. Tão novos.
-_ Mas o que você vê ? - Olhou os pequenos. - Por acaso isso é alguma aberração?
-_ Não. - Olhou as crianças, na verdade eram todos lindos, não importavam se faltava algo ou tinha marcas. - Vejo crianças.


sorriu.


-_ Vê como eles são felizes? Como sorriem, brincam e vivem?
-_ Desculpa! - Ela disse o olhando. - Eu estava errada.
-_ Só queria te mostrar. E agora percebe como eu te vejo? Não reparei se tem alguma marca ou alguma queimadura, eu só sei ver Você. Eu me apaixonei por você. E não importa que aparência você tenha, eu sempre vou te ver como a , a minha . Pois nem a pior aparência do mundo vai tirar o que você realmente é por dentro, como eu já disse... - Ela Sorriu. - perfeita para mim.


12 comentários:

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